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Neste pequeno espaço de luz es quando sinto a conexão com o tudo ao poder da grande criação

"O Diário de Mystical Arts"

O que seria de mim se não tivesse ouvido os sinais que a vida me apresentava?

Sou Yéssica, criadora de Mystical Arts, Terapeuta Holística, Artesã, Fotógrafa e Administradora de Hotelaria e Turismo.

Navegue por uma história real, de encontro com os passos que hoje me fazem acreditar que todos somos capazes de seguir o que nascemos para ser.

No meio do caos começo a me descobrir...

Aos meus 27 anos, passando por um grande momento de caos e confusão, em meio ao fim de um casamento, e vivendo na cidade de Santiago do Chile, resolvi tomar um tempo e buscar uma tarotista para lhe fazer uma questão simples, porém essencial: "onde seria o lugar no mundo em que eu poderia viver com plenitude toda minha espiritualidade?".

Naquele encontro ela me apontou vários caminhos, mas foi certeira ao dizer que seria no meu país de nascimento, o Brasil, onde eu poderia encontrar as ferramentas mais profundas para me conectar com meu verdadeiro eu. Por isso, gosto de pensar que minha história começa no Brasil, embora grande parte dela a vivi no Chile, numa passagem que durou mais de 20 anos.

Durante meus primeiros anos de vida, quando ainda morava no Brasil, lembro-me que para meu aniversário dos seis anos fui a um circo, lá havia uma bailarina de dança do ventre que me cativou, fiquei encantada pela dança. Sentia uma profunda admiração por bailarinas e sempre que tinha um tempo livre, aproveitava para movimentar meu corpo com pequenos passos de dança.

No ano 1991 por circunstâncias da vida, com minha família, fomos morar no Chile. Durante essa passagem, nos últimos anos de escolaridade, estudei dança do ventre, um curso extra programático, que minha escola oferecia. Através da dança do ventre comecei a desenvolver minha própria forma de dança, sem ser essencial aprimorar a técnica e sim permitir que meu corpo falasse por meus sentimentos. Entendi que a dança é uma arte e que cada um pode dançar, expressar e sentir da forma que o seu “eu” interior diga.

Comecei a transmitir esta forma de dança às minhas colegas de turma da escola, aos meus familiares e amizades de bairro. Chegando ao Brasil, no ano de 2011, enquanto trabalhava na área de minha profissão (Hotelaria), em forma paralela, criei aulas de dançaterapia voltadas para mulheres. Formulei uma metodologia e realizei trabalhos particulares.

No caminho comecei a criar uma empresa de turismo deixando de lado a dançaterapia, me dedicando plenamente a este novo empreendimento. Durante o ano de 2013 a "magia" começou a se assomar em minha vida. Estava prestes a me empreender com a empresa, quando naquele momento surgiu uma forte pergunta em meu interior: é mesmo esse o caminho que eu quero seguir?

E foi assim então que decidi respirar e procurar meu caminho...

"Descobri que movimentar o corpo fala sobre nossas emoções e sentimentos".

A simbologia que me fez despertar para o autoconhecimento...

Enquanto procurava uma logo-imagem para a empresa que estava montando, me encontrei com o livro “A Sabedoria do Eneagrama”, de Don Richard Riso e Russ Hudson. Tive muita curiosidade, pois nele se apreciava uma simbologia, enea-grama, palavra que vem do grego ennea, "nove" y grammas "figura", significando "figura de nove pontas". Li sem pausa alguma. Cada parágrafo que avançava, ia me indicando o sentido que minha vida precisava e não sabia que nele encontraria as respostas que meu "eu" interior manifestava.

O eneagrama é uma figura geométrica que representa os nove tipos de personalidades fundamentais da natureza humana e suas complexas inter-relações. É uma descrição da psicologia moderna baseada na sabedoria espiritual de muitas tradições antigas diferentes. Recordo-me muito bem, no início do livro, que ele trata das questões pelas quais uma pessoa pode estar passando: você pode ter tudo, mesmo assim de algo carece, nunca se está plenamente feliz, há um vazio na alma. 

O eneagrama é um estudo de nossa personalidade e como nos encontramos nela, de um jeito saudável ou não, mas não fica por aí. No estudo de sua personalidade ele vai te trazendo memórias desde sua infância e você vai adquirindo mais consciência de seus comportamentos com o passar dos anos. Ele identifica a busca de nossa essência, de nosso espírito, de nossa alma, aquilo que nascemos para ser. Conforme vamos avançando em nossas vidas, vamos perdendo nossa essência, devido a medos que enfrentamos e a outros fatores, e é desta forma como nossa personalidade começa a florescer, não deixando a essência separada dela. Ao estudar nossa personalidade com consciência reconhecemos estes níveis, e deste modo o eneagrama te entrega as ferramentas para você acessar seu lado saudável, e assim reconectar sua essência, podendo até desenvolver seus dons.

Neste momento, quando entrei em contato com o eneagrama, comecei a ter lembranças antigas do tempo de minha infância, quando por exemplo minhas amigas pediam-me uma palavra que as acalmasse e ajudasse a estar bem. Por meio destas recordações, pude acessar um potencial que já estava em mim, embora ainda naquele momento eu não tivesse a consciência. Gosto de pensar como um potencial terapêutico, a arte de curar e a cura por meio da arte, das palavras de conforto e do sentir. Tudo isso chegou até mim através de um símbolo perdido na capa de um livro bastante poderoso, que irei desenvolvendo conforme avança esta história.

A magia acontecendo...

Por que estou falando sobre a magia e me referindo ao livro "A Sabedoria do Eneagrama"?. Porque através dele consegui ter muito mais certeza sobre qual era meu caminho, ajudou a responder aquela questão que fortemente batia no meu coração. Aquela empresa que estava montando era mesmo o que eu queria seguir? Tive que reconhecer muitos aspectos em mim que não estavam saudáveis, comecei a compreender que o caminho que estava escolhendo não era mais do que minha personalidade em seu grau insano, não era mais do que seguir a massa da sociedade, não era mais do que estar dormida para mim mesma. Trabalhei para me recuperar e no momento que senti que estava pronta, e mais perto de minha essência, tomei a decisão de seguir novos rumos, por isso desisti da empresa de turismo e tudo começou a mudar em minha vida.

"Se estamos mais conectados com nossa essência, coisas mágicas podem acontecer em nossas vidas".

Rumo a novos horizontes...

Acordei no dia seguinte cheia de entusiasmo e feliz, parece que tudo era mais lindo aos meus olhos, e com muita força decidi enviar um currículo para qualquer lugar do país. Foi com tanta intensidade que senti essa mudança em minha vida, que ao relatar à minha mãe sobre essa decisão, lágrimas escorram por seu rosto. Ela me questionou se acaso eu não gostava mais de morar com eles e lhe respondi: "mãe, preciso ir em busca de minha verdade". Logo em seguida, procurei por internet oportunidades em várias cidades do Brasil, nesse momento morava em Florianópolis. Tomada a decisão de partir, um mundo de acontecimentos começaram a ocorrer.

Minha irmã trouxe para mim um presentinho de uma viagem que ela acabava de realizar, eram três borboletas de madeira da mesma cor e de diferentes tamanhos, uma pequena, uma média e uma grande. Olhei para elas e as visualizei penduradas na parede do meu quarto. Pedi ao meu pai uma ajuda e falei: "pai, por favor quero pendurá-las desta forma numa linha diagonal ascendente. A primeira a ser colocada será a pequena, no início da diagonal ascendente, logo quero que a de tamanho médio fique no meio, e a grande quero que a posicione acima, olhando para a janela".

Todos os dias eu olhava para essas lindas borboletas, me ajoelhava e falava bem assim: "eu sei que hoje eu sou a borboleta pequena, logo sei que serei a borboleta do meio, porque estou crescendo, e depois de ser a borboleta média serei aquela borboleta grande, preparada para sair pela janela e partir". Praticava esse pensamento todas as vezes que sentia vontade. Enquanto apreciava as borboletas e já sentia que era a borboleta média, fui chamada para uma entrevista.

Naquela entrevista fui atendida por um homem muito pequeno e ele ficou registrado na minha memória. Nessa noite, enquanto sonhava, essa pessoa se apresentou. "Nós estávamos passeando em uma feira de artesanato quando ele parou em uma barraca onde havia cartas do tarot. Pegou em suas mãos uma delas, contou indicando com seu dedo 1,2,3,4,5,6 e depositou a carta em minhas mãos. Ele disse para mim: "esta é sua carta, seis de espada". Acordei deste sonho e fui correndo para compartilhá-lo com minha mãe, e ela me disse: "filha, veja o que significa a carta que lhe apareceu e vá rápido!". Acho que ela ficou até mais curiosa do que eu.

Na imagem da carta, aparecia um homem sobre uma barca com seis espadas posicionadas de forma vertical, ele somente via o que estava à sua frente, indicando a direção para chegar a um novo destino. A interpretação desta carta diz respeito ao momento que a pessoa está passando, podendo representar algo que não está muito bem nesse lugar e que é necessário um novo rumo. Esse novo rumo pode estar revelando coisas importantes sobre si mesmo, revelando capacidades, ideias, objetivos, oportunidades. Revela um outro lado da realidade que antes não se enxergava, compreendendo que a vida pode ter novas formas de serem vividas, podem também se apresentar pessoas que venham com novas possibilidades de trabalho, um momento propício para viagens, resgates de dons e autovalor.

Fiquei muito emocionada ao ler o significado da carta, pois dava sentido e esperança à minha decisão de partir rumo a minha verdade. Os dias foram passando e muitas pessoas me falavam sobre uma pequena cidade, muito próxima de onde eu estava morando - essa cidade era Bombinhas. Por todos os lados era pronunciada Bombinhas, amigos, pessoas novas que fui conhecendo... até que um dia me contatou um amigo do Chile com interesse em alugar uma casa de verão naquela cidade. Para ajudá-lo tive que pesquisar sobre Bombinhas, comecei a ver em sites fotografias e fiquei "encantada" com as imagens que via dessa linda localidade. Gostei tanto que pensei: "e se envio currículo para lá?".

Era fevereiro quando comecei a pesquisar casa para meu amigo e paralelamente comecei a procurar vagas de emprego por lá. Fiz uma lista de 32 pousadas para oferecer meu trabalho na área de hotelaria. Comecei a ligar uma a uma. Na primeira pousada, me falaram que estariam precisando de alguém, mas que retornariam a ligação mais tarde, desta forma continuei a ligar para as próximas. Nesse mesmo dia encontrei uma casa linda para meu amigo do Chile e de tarde, assim como tinha me falado a primeira pousada, retornaram a ligação. Me comentaram que uma pessoa havia saído da empresa e que estavam precisando urgente de alguém para cobrir essa vaga.

Marcamos imediatamente uma entrevista aqui em Florianópolis, tivemos muita conexão, e organizamos uma visita para Bombinhas nos dias seguintes, ao mesmo tempo que eu iria verificar a casa de verão para meu amigo. Estava maravilhada em ir conhecer essa cidade, mas ainda tinha que passar pelo segundo processo de seleção. Tínhamos que ver se eu gostava do lugar e se eu estava apta para o cargo que me ofereciam.

Seguindo com meu ritual das borboletas, já estava sentindo que havia crescido e sim, agora era aquela borboleta grande, com asas suficientes para empreender meu voo e sair pela janela. Nessa mesma noite, de ter a certeza de ser uma borboleta grande, tive um sonho dos mais lindos que já vivenciei. "Me encontrava numa festa de casa com muitos amigos, amizades novas, antigas e até familiares. Saí para tomar um ar fresco na rua, e do nada, quando olho para o céu, ele estava "repleto de estrelas", nunca vi tantas estrelas e tão próximas a mim, fiquei tão admirada e impressionada que tive que chamar toda a festa para fora para contemplá-las".

"Cada um de nós, olhando para aquele espetáculo, sem palavras, caras de surpresa, lindo de ver, lindo de sentir. As estrelas começaram a formar vida, elas se transformaram em notas musicais, crianças brincando, trenzinhos passando. Elas mostravam toda uma vida acontecendo no céu".

Na manhã seguinte acordei com uma sensação linda, nada tirava a alegria do meu ser, e de tarde recebi uma ligação. Eram os donos da pousada me perguntando: "você está pronta para fazer suas malas? pois nós queremos que venha trabalhar conosco". Que felicidade! Este era o passo que tanto esperava para acontecer e aconteceu, foram três semanas desde que tomei a decisão de trabalhar em qualquer lugar do país, ir em busca de minha verdade, e tudo ocorreu tão rápido e de forma tão mágica, que eu mal podia acreditar.

"As Borboletas transformam a vida".

Momentos de alegrias e solitude...

Minhas primeiras sensações em Bombinhas foram caminhando por ela. Por todos os lados que observava, eram lindas praias, aves voando pelo céu, peixinhos nas águas, pessoas sorridentes, um trabalho lindo com pessoas maravilhosas, amizades novas, moradia do tamanho perfeito, com uma pequena janela para contemplar o mar e a lua. Sem explicação para um mundo de novos acontecimentos.

Essa experiência começou em março, quando ainda haviam turistas na cidade, muito movimento de pessoas, comércio aberto e tudo funcionando. Logo chegou finais de abril e decidi sair como todos os dias. Era meu costume dar um rolêzinho, tanto de dia como de noite, mas no último dia do mês, saí e não mais ouvi barulho, todas aquelas pessoas que circulavam já não estavam, inclusive aquelas amizades que fiz no trabalho viajaram rumo aos seus destinos, tudo tinha acabado. Aí olhei ao redor e vi que estava sozinha, todos tinham partido e a temporada de verão finalizada.

Foi assim como começou meu contato com a solidão, dias de inverno, um dos mais gelados que já passei por lá. Caminhava pelas praias sempre tentado entender porque fui parar naquele lugar. "Sei que estou à procura de minha verdade, mas o que é isso? Qual é a lógica de tudo o que estou vivendo?". Devo confessar que essa história de estar a sós estava longe de me fazer sentir triste, porque estava radiante de felicidade, de ter todo o tempo para mim, fazer tudo o que eu tinha vontade, conhecer meus limites, meus valores, minhas risadas a sós, minhas falas a sós, e podia olhar para o céu e deleitar-me com o voo do urubu, porque nele podia sentir o silêncio.

Descobri que não estava só, estava comigo mesma e com toda a natureza para mim. Além da câmera do celular rs, porque ficava horas tirando fotos daquele mar lindo de ver, dos entardeceres cheios de belas cores, as flores, os pescadores. Tudo caminhava bem na minha vida, até um dia no trabalho me pedirem para mudar de moradia, e compartilhar com outras pessoas.

Para ser sincera não estava disposta naquele momento a ter que dividir meu espaço e fui em busca de moradia para alugar, mas sem retorno positivo. Repensei aquele momento: "não estou achando lugar para morar e não estou disposta a compartilhar com ninguém meu espaço, será que meu momento em Bombinhas chegou até aqui?".

Assim, decidi voltar para Florianópolis e meu último dia em Bombinhas não podia ser mais grato. Compartilhei com meus queridos amigos, um casal que passou a ser minha família, festejamos a finalização de meu processo com umas cervejinhas na praia Lagoinha, com um céu todo estrelado, várias estrelas cadentes viajando, e aí lembrei do sonho que tive na noite antes da confirmação de ir morar em Bombinhas. Ficou mais claro para mim que tudo o que tinha vivido estava certo e minha decisão de voltar era a correta.

"Estar em contato consigo mesmo fortalece a autoconfiança e o amor próprio".

A solitude despertou minha alma...

Voltando a Florianópolis, voltei para a casa de minha família, feliz com toda a bagagem que pude vivenciar.

Conforme foram passando os dias, uma sensação em mim começou a se pronunciar. Sentia algo em minhas mãos, uma vontade de trabalhar com elas, e não identificava de que forma. Mas essa não era a única sensação que estava sentindo, porque o tempo todo, todo meu ser, dizia para mim: "o que é isso? você já não é a mesma?", eu me sentia diferente. 

Cheguei a comentar com meus pais sobre isso: "pai e mãe, eu sei que não estou em idade de viajar na maionese, mas eu sinto que não tenho a ver com a carreira que estudei, números e essas coisas de administrar". "Pai e mãe, eu sou da Arte" rs. Meus pais olharam para mim e disseram: "sim filha, a gente vê isso em você".

Eu esperando que tivessem algum nível de discussão comigo, por tentar fugir da carreira que tinha estudado, mas me encontro com um voto positivo e com olhos de "está tudo bem", pode seguir em frente com suas vontades. Essa conversa ajudou a destravar aquilo que sentia de trabalhar com minhas mãos e que não conseguia identificar.

Dias depois, com minha sobrinha, estávamos vendo imagens no computador e apareceu um filtro dos sonhos, fiquei olhando para a imagem, voltei a olhar. Minha mãe estava por perto e falei, com toda convicção: "mãe, eu sei fazer o filtro dos sonhos". Ela olhou para mim e disse: "sério filha? sim, mãe!" "Quer algo para construí-lo?" ela me perguntou.

Foi e pegou uma pulseira de minha sobrinha, mas era pequena demais, aí pegou um arame e uma cordinha. Ficamos em silêncio, uma olhando para outra... Respirei e comecei a tecer e, nesse exato momento, pude constatar que sabia fazer um filtro dos sonhos. Construir uma rede, uma rede de aranha, sem ninguém nunca ter me ensinado a fazer aquilo, foi uma força de dentro de mim, uma voz que ouvi e deixei fluir.

Nesse instante me prometi que no dia seguinte, acontecesse o que acontecesse, iria comprar tudo o que precisava para construir os filtros. Quando cheguei em casa, após ter comprado os materiais, comecei a trabalhar, mas não consegui criar nada. Passaram dias e dias e nada do que ia criando enchia meu coração, e deixei de lado essa ideia.

Duas semanas depois, num belo dia, acordo e digo para mim: "espera aí, se meu trabalho é artesanato, significa que posso criar em qualquer lugar, não preciso estar trancada dentro do meu quarto". 

Decidi ir no quintal de casa, coloquei música e levei tudo o que precisava para minhas criações, logo comecei a trabalhar. A inspiração foi tanta que, quando olhei, tinha criado toda uma coleção de filtro dos sonhos. Chamei minha mãe para lhe mostrar e quando ela olhou para meu trabalho, me disse: "filha, você fez arte!". E bom, foi assim como nasceu minha primeira coleção de artesanato, que a nomeei "Coleção Nam Myoho Renge Kyo"

Desta maneira descobri que o artesanato era minha vontade de trabalhar com as mãos...                                        

"Ouça sua intuição. Seu ser, mente e espírito

 podem estar falando.Todos somos capazes de viver transformações lindas. O conhecimento está dentro de nós".

A mensagem do mantra "Nam Myoho Renge Kyo"...

Nesse processo de transformação me acompanhava este mantra, que foi apresentado por uma querida amiga. É uma vibração poderosa, até quando você escova seus dentes, ele ressoa em você. Sim, ele é poderoso! 

"Nam Myoho Renge Kyo" é um mantra budista, transformador de vidas. Sabe aquele estado em que você quer mudanças profundas? Quando você quer se comunicar desde dentro de você? Quando quer se conectar com o além para transformar tudo? 

Este mantra reage assim em nós, nos dá a força interior para sincronizar a vida com a verdade do universo, é a expressão da verdade suprema. Ao recitar o "Nam Myoho Rengue Kyo", com muita força, pode-se atingir com plenitude o estado de Buda. Vou descrevê-lo para uma melhor compreensão. 

"Nam" vêm da palavra sânscrita. "Namas", que foi traduzida para o chinês e japonês como "dedicar a vida". Em outros termos, "dedicação ao princípio da verdade eterna e imutável". Indica que quando se dedica a este princípio, a vida começa a se basear na sabedoria que percebe a verdade e funciona em resposta a qualquer circunstância que está em mudança. Com a "verdade" ou "lei suprema da vida" acedemos e demostramos a sabedoria necessária para enfrentar qualquer situação de forma eficaz, gerando valiosos resultados.

"Myoho" significa "lei mística". "Myo" significa "místico" ou "maravilhoso", a vida é um mistério de inimaginável profundidade, que está além da compreensão do homem.

"Ho" significa "lei", a natureza da vida é tão mística e profunda que transcende o âmbito do conhecimento humano, pode-se identificar a "lei da vida". Nós nascemos, nos desenvolvemos e crescemos, nos tornamos idosos e morremos, esta é uma lei inquebrantável, e regula a vida de todos os seres. Ninguém, em momento algum, pode nascer como adulto ou escapar deste ciclo.

"Renge" significa "flor de lótus", como a flor de lótus produz a semente e a flor ao mesmo tempo, ilustra o princípio da "simultaneidade de causa e efeito". O budismo explica que os fenômenos do universo são regidos por essa lei. A condição de vida atual é o efeito das causas acumuladas no passado, e o momento presente é a causa da condição da vida no futuro.

Em termos de prática, quando uma pessoa recita "Nam Myoho Renge Kyo" com intenções de melhorar sua vida (causa), o estado de Buda (efeito) manifesta-se instantaneamente no seu interior (coragem e sabedoria). Considera-se que a pessoa comum e o Buda são a mesma essência, dada esta lei de causa e efeito e simultaneidade.

"Kyo" significa "sutra" ou "ensinamento", indica o conhecimento que o Buda expôs com a voz. É a palavra e voz de todos os seres vivos.  Isto quer dizer que quando se invoca ou quando se menciona sobre o mantra "Nam Myoho Renge Kyo", nossa voz ressoa e estimula a natureza de Buda, em nós, nos outros e no entorno... assim dedica-se a vida à Lei Mística. 

Atuamos conforme essa lei, para nossa própria felicidade e crescimento, assim como dos outros.  A vida é naturalmente cheia de alegrias e sofrimentos, altos e baixos, mas existe uma felicidade mais profunda e perdurável, a que se denomina de "alegria ilimitada da lei".

Podemos definitivamente transformar as nossas vidas para o melhor, e ultrapassar qualquer impasse. O conhecimento que vêm por trás do "Nam Myoho Renge Kyo" diz: "sofra o que tiver que sofrer, desfrute o que tiver que desfrutar, considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos cíclicos da vida e continue recitando o mantra, desta forma experimentará a felicidade absoluta".

Foi desse modo que me envolvi com este mantra, sendo este o início do despertar da sabedoria que existia em minhas profundezas, uma espécie de conexão exata, onde um acúmulo de experiências que estavam em meu interior se transportaram para o mundo, manifestando arte em minha vida.

"Toda criação é única e cada um de nós é único".

O coração vibra e o universo concede...

Já me entregando para a arte, me perguntei: "e que tal continuar investindo nisso?".  

Lembram que quando estava em Bombinhas passava horas tirando fotos com o celular? Comecei a pensar que talvez esta seria uma outra atividade que me preenchesse, sendo assim, fui estudar fotografia.

Quando havia passado três meses, senti que deveria fazer um estágio, apesar de não ser um pré-requisito para a finalização do curso, mas conhecendo como funcionam meus medos, me questionava: "daqui a três meses termino meus estudos, e será que serei suficientemente corajosa para enfrentar esse novo caminho?".

Por esta razão procurei pela internet vários estúdios fotográficos para meu estágio, mas com nenhum deles me sentia conectada, até que apareceu um estúdio voltado para a autocriação, no qual reconheciam novas formas de inteligência. Liguei imediatamente e consegui uma entrevista com a diretora. A magia continuava a seguir em minha vida.

Conversando com ela, soube que estavam precisando com urgência de um estagiário de fotografia, para acompanhar a companhia de dança do estúdio durante a turnê. Nós duas ficamos maravilhadas com a exata conexão de tudo, uma sincronicidade perfeita que nos deixou de boca aberta.

Foi um dos trabalhos mais lindos que participei, no que diz respeito aos conhecimentos adquiridos, aos relacionamentos vividos e à coragem de enfrentar um novo desafio. Me parecia mágico poder fotografar algo que sempre me encantou tanto - que era a dança, a cada dia dar o melhor de mim em minha plena e completa presença no momento. 

As portas que se abriram através da companhia de dança me possibilitaram continuar a fazer mais clicks, desta vez de uma peça de teatro- outra grande admiração para mim. 

Os meses se passaram e o curso finalizou, dei um descanso às fotografias e comecei um novo trabalho. No segundo dia, me deram um caderno de anotações, que me trouxe uma profunda saudade de Bombinhas, pois lá eu usava estes mesmos cadernos para os registros na pousada. Aquela nostalgia me governou! Olhei para o além e lembrei dos belos momentos que vivi naquela cidade encantadora...

Quando voltei para casa algo mágico aconteceu. Sim, outra vez! Recebi uma mensagem de uma antiga colega da pousada, que dizia: "queremos que você volte a trabalhar conosco, o que acha?".

Talvez a força daquela nostalgia foi tão poderosa que fez nossas vidas se reunirem novamente. Às vezes penso que isso é uma loucura, às vezes sinto que são sinais, mas o que verdadeiramente sei é que isso acontece em minha realidade. Em minha vida se apresentam um sem fim de magias, é assim como a compreendo. Sendo assim, como iria negar tal convite, se meu coração vibrava por voltar.

Acabei voltando para Bombinhas...

"Criamos nossas realidades, por isso é importante vigiar nossos pensamentos".

Queria muito minha casinha...

Como é bom estar de volta em casa! Essa era a sensação que tive ao chegar de volta a Bombinhas. Estar lá é respirar aquela brisa de que tudo vai dar certo, é respirar o abre caminhos da minha vida. E desta vez, queria muito cumprir meu sonho de morar em minha casinha, em meu próprio cantinho, e não mais na pousada.

Já tinham se passado duas semanas do meu retorno, em um momento livre, enquanto estava na recepção da pousada, veio em meus pensamentos a imagem de uma casa, e a desenhei.

Eu não sabia como ela era por dentro, pois na imagem somente via o que estava fora dela. Uma orla do mar ao lado esquerdo, com alguns montes ao fundo, passarinhos voando, um sol radiante na minha frente. No desenho, eu escrevi tudo o que eu sentia dentro do meu cantinho e ademais desenhei todos os elementos que nesse momento me acompanhavam: a suculenta, que foi a primeira plantinha que esteve aos meus cuidados, uma guerreira dos meus passos. Depositava nela muita força de criação. Desenhei também a câmera fotográfica, o filtro dos sonhos, a pedra da lua - que me conectava em todos meus processos de vida - e o incenso que renovava as minhas energias.

Não havia nada de mal no lugar onde eu vivia até então, mas eu queria muito ver o mar, queria muito ter um espaço que me permitisse criar, um espaço onde eu pudesse sentir a liberdade.

A partir do momento em que essa inspiração veio a mim, todos os dia fui à procura dessa casa. Caminhava por todos os lados, perguntava a diferentes pessoas e nada dela aparecer.

Já era janeiro e as possibilidades de encontrá-la eram cada vez menores. Cada pessoa com quem eu conversava, me dizia: "querida, procura depois de março, neste momento todas as casas de aluguel anual já estão ocupadas, não perca tempo". Mas eu, forte e firme, dizia para eles que existia sim a minha casinha, eu não tinha dúvidas. 

Todos os dias, a cada momento que olhava o desenho, recitava com todo meu coração a mensagem que tinha depositado nele, até que um certo dia apareceu uma garota à procura de trabalho na pousada. Eu a atendi, e por coisas da vida, fizemos uma linda amizade desde o primeiro momento.  Ao perguntar onde ela morava, ela disse: "perto da pousada", questionei se lá haviam outras casas, e ela sugeriu: "vá falar com o dono".

No dia seguinte fui conhecer o lugar. As sensações que ia sentindo, ao descer as escadas, arrepiavam meu corpo, uma energia agradável de experimentar. O dono se apresentou a mim e disse que tinha uma kitnet, mas que estava fazendo reparos nela, e que se fosse de meu interesse eu deveria esperar algumas semanas. E daí a conheci. No começo me pareceu um pouco pequena, mas logo senti: "é o tamanho perfeito para mim, tem também uma sacada e bastante vegetação". Acabei reservando a cabaninha. 

Agora teria que aguardar. Entretanto todos os dias passava por perto dela somente para ver se já estava pronta. O dono sempre me via desde longe e até chegou a brincar comigo que eu estava muito ansiosa por ir morar lá rs, e era verdade. Nesse mesmo dia, ele disse: "pode vir morar aqui, a sua casinha está pronta!".

Cheguei em casa toda feliz, olhei para minhas coisas, roupas, artesanatos, suculenta, câmera, pedras e conversei firmemente com elas: "eu disse que iríamos encontrar nosso cantinho e, assim como prometi a vocês, amanhã é nosso dia, nossa casinha está pronta!". Parece loucura, mas eu falava com elas sim rs.

Comecei a empacotar tudo, e vi que na previsão do tempo do dia seguinte estava marcado noventa porcento de probabilidade de chuva, e eu teria que fazer a mudança a pé. Fui bem firme ao falar com o universo: "eu vou fazer a mudança com chuva ou sem!". No dia seguinte, olho pela janela, e adivinhem: o dia estava lindo, céu extremamente azul, sol e calor.

Fazer a mudança a pé foi puxadíssimo, desce e sobe morro, desce e sobe escada, tinha feito esse trajeto dez vezes, quando o cuidador de carros que me via passando perguntou: "o que você está fazendo que a vejo carregando um monte de coisas pra lá e pra cá". Eu respondi: "minha mudança".

Ele disse: "minha querida, espera aí, vou pegar meu carro e te ajudo". Bendita ajuda, porque estava cansativo e nem sei se daria conta fazer tudo no mesmo dia, mas confesso que minha alegria era tão grande que nada poderia me deter. E pronto, finalizei a mudança, deu tempo de tomar um banho e ir correndo ao trabalho.

Na volta, pude desfrutar de cada canto dessa casinha, contemplar minha independência. No dia seguinte, já instalada, estava muito curiosa para ver o que tinha por trás dessa vegetação na minha sacada. Perguntei ao dono se era possível fazer uma pequena janelinha para assim ver o que havia lá no fundo, e ele riu. 

Ao voltar do trabalho, abro a pequena porta na entrada de casa e me dou conta de que o dono tinha cortado toda a vegetação da sacada. Chego mais perto para ver o que tinha lá no fundo e, quando olho para a paisagem, vejo que era exatamente a imagem que eu tinha desenhado, e que me impulsionou a ir à procura daquele lugar.

Minha casinha era meu desenho, não pude conter as lágrimas de felicidade, pois compreendi que aquele era o lugar e o exato momento de vivenciar esse trajeto de minha vida. Era para ser.

"O destino existe e os caminhos te levam a ele". 

Um sonho me levou até você...

Conforme foram passando os dias, fui conhecendo a vizinhança do condomínio. Era muito engraçado, porque todos as pessoas que moravam nesse espaço eram artistas, e acabei criando um laço de eterna amizade com umas das moradoras, dona de dois gatinhos lindos que participaram em minha vida de um jeito esplendoroso.

Num belo dia, aconteceu de novo um sonho que até hoje tem marcado meu caminho. Nesse sonho, eu me via dormindo nesta mesma casinha, era um sonho dentro do sonho, como um desdobramento, no qual eu conseguia ter uma visão ampliada de tudo o que se acontecia comigo e ao meu redor.

A sombra de um homem de corpo estilizado, como de quem faz yoga, apareceu naquela pequena porta da entrada de casa. Ele caminhou em direção à segunda porta de acesso, carregando vários bambus cortados de um mesmo tamanho, algo similar ao tamanho do antebraço, e depositou-os ali mesmo no chão. Logo em seguida, desapareceu. 

Acordei dentro do meu sonho, abri a porta e ali estavam realmente os bambus. Logo, acordei na vida real, com uma sensação de ter vivido aquele episódio de verdade.

Me preparei para ir ao trabalho e fui caminhando pelo mesmo trajeto de sempre, quando, de repente, algo me fez olhar para o chão, e justo na minha frente havia um bambu cortado exatamente do mesmo tamanho como estava no sonho.

Olhei para todos os lados, disse para mim mesma: "que viagem, como assim?". Decidi pegar aquele bambu e levá-lo comigo. Assim que cheguei ao trabalho, contei imediatamente para minha amiga o que tinha sonhado, e o que havia aparecido na minha frente durante o caminho. 

Os dias passaram e novamente senti vontades de trabalhar com minhas mãos, mas desta vez era uma sensação diferente, que não estava ligada ao artesanato. Minhas mãos começaram a ter muito calor, conseguia sentir uma energia forte circulando por elas.

Comentei com minha amiga vizinha, dona dos gatinhos, sobre minhas sensações, e ela disse: "veja só, tenho uma amiga que está fazendo iniciação de Reiki, aqui na nossa rua. Eu mesma irei participar dessa iniciação. Será que isso não está relacionado com suas sensações? Talvez você deveria fazer o curso também".

Nesse momento estava cuidando um pouco de minhas finanças, então decidi deixar para mais à frente o curso de Reiki. Mas minha amiga fez sua iniciação e, logo após ter passado pelo processo de limpeza de 21 dias, ela perguntou se eu gostaria de receber o Reiki, e eu disse que adoraria. 

A energia ia passando por todo meu ser, eu conseguia sentir cada entrada de luz no meu corpo, no meu espírito, em minha alma. Tive uma visualização de estar no topo de uma super montanha olhando para o céu. Esse céu surpreendentemente começou a se ampliar, de um modo infinitamente expansivo, como se ele pudesse aumentar sua dimensão de forma ilimitada, algo muito diferente do que normalmente eu enxergava, muito além.

Minutos depois entrei em sono profundo, que até me fez chegar atrasada à minha jornada de trabalho. Chegando lá, após algumas horas de ter recebido a energia Reiki, tive uma explosão de choro. Chorei como nunca, mas não de tristeza, de gratidão... cada célula de meu corpo vibrava, cada espaço de minha alma agradecia por ter encontrado aquilo que estive à procura durante toda a minha vida, embora eu nem soubesse disso. 

Sentindo tanta emoção fui à procura da mestre de Reiki para realizar minha iniciação. Ela era mais nova do que eu, não obstante, seu ser era como um verdadeiro livro aberto de um mundo de conhecimentos sobre a vida. Nossa experiência juntas foi mágica!

Fiz a iniciação conforme todos os requisitos estabelecidos e na continuação, após ter recebido meu diploma, tive o privilégio de receber energia Reiki de minha mestre. Que energia linda e pura penetrou em todo meu ser, foi tanto assim que logo de finalizar o Reiki, ainda deitada na maca, toda minha roupa estava folgada no meu corpo, e eu não conseguia sequer mexer minhas mãos.

Minha alma tinha saído para dar um passeio por aí e pouco a pouco ela se conectou a meu corpo, quando novamente entre lágrimas, a primeira coisa que passou por minha mente foi o sonho com o bambu.

Comentei imediatamente com ela sobre esse sonho, e assim que terminei de relatar, ela me perguntou: "que imagem você vê na cortina do salão?". Eu disse que via bambus. Ela disse: "você sabe o que significa o bambu?". "Não", respondi... “O bambu é o símbolo do Reiki”.

Ficamos maravilhadas como uma coisa vai se conectando à outra, e como o universo é capaz de criar infinitas realidades, basta somente liberta-se e fluir no movimento. 

A conexão que tive com a mestre de Reiki foi bem forte, tanto assim que fui chamada por ela para participar de um projeto para as escolas de Bombinhas, que tratava sobre meditações e Reiki, e seriam aplicados os conhecimentos a todos os envolvidos no projeto escolar, alunos, professores e pais. Entrei para realizar uma atividade de dançaterapia e musicoterapia, além de registrar todos os acontecimentos através de minha câmera.

Foi verdadeiramente lindo ver as crianças tão compenetradas em suas meditações, em suas artes elaboradas e poder fazer parte de um movimento que ajudou muito deles a se conectarem mais com suas emoções, levando a uma diminuição de seus níveis de ansiedade e com desejo de abraçar o próximo com amor. 

"Reiki é uma massagem para a alma".

Um pouco da história do Reiki...

A energia Reiki é considerada como uma terapia natural de cura, e é transmitida através da imposição das mãos, proporcionando cura a si mesmo, a outros seres humanos, animais, plantas e condutores energéticos.

Por meio da canalização da energia universal (Rei), se sintoniza e revitaliza a energia vital (Ki), atuando energeticamente em nossos corpos sutis, equilibrando todos os níveis de consciência do ser humano, tais como espiritual, mental, emocional e até níveis no plano físico.

A história do Reiki começa com Mikao Usui, nascido no Japão (1865-1926), que dedicou sua vida a estudar e compreender a espiritualidade através da técnica de arte marcial Kiko, mediante meditação, exercícios de respiração, movimentos e cura por meio de transferência da energia vital.

Ao ver que a técnica de cura o levava ao esgotamento, decide ir em busca de um método que permitisse a cura sem exaurir a quem o aplicasse. Foi assim que, após ter passado por diversos países, viaja para a Índia, onde encontra um manuscrito de alguns documentos originais dos Sutras, escrito em sânscrito, por um discípulo do Buda Gautama há 2.500 anos.

Nesses documentos se apresentavam 4 símbolos sagrados, utilizados na cura milagrosa praticada por Buda, mas não era o suficiente, pois ele não sabia como os utilizar.

Assim, Mikao Usui partiu em 1922 a um retiro no monte sagrado Kurama e permaneceu 21 dias em meditação profunda, em jejum. No último dia teve uma revelação, raios de luzes penetraram por sua cabeça, vivendo uma experiência extrafísica de iluminação, para a cura espiritual, emocional e física, ao qual foi lhe entregue a simbologia sagrada e a compreensão dos significados dos símbolos, assim como sua utilização.

Desta forma foi iniciado o primeiro Mestre do Reiki, levando a cura para si e para os outros. Logo após ter vivido esta iluminação, Mikao vivencia cinco acontecimentos de comprovação da energia: ele poderia ter se sentido esgotado após 21 dias em jejum, mas não, sentia-se cheio de energia. Na descida do monte machuca seu pé, e ao colocar sua mão sobre o pé alivia a dor e detém o sangramento. Depois desses 21 dias em jejum, alimenta-se com um prato de comida e consegue desfrutar tranquilamente de sua refeição, sem problemas digestivos. Outra demonstração do poder desta energia foi ao encontrar uma pessoa que estava sentindo muita dor de dente. Mikao utilizou a energia e aliviou os sintomas. Da mesma forma, um amigo seu que sofria de artrite crônica, foi beneficiado por meio da energia.

Nesse momento Mikao Usui denomina a esta energia de Reiki, e assim criou-se a metodologia de Reiki de Mikao Usui.

"O Reiki equilibra os chakras, que são pontos energéticos que nos conectam com a espiritualidade".

Na lua azul decreto que "Mystical Arts" existe...

No entanto, minha história ainda continuava a dar frutos por meio do Reiki. Fascinada com esta energia que brotou em mim, tive mais vontade de criar, e assim surgiu uma metodologia de terapias, desta vez acreditando em todos meus processos de vida, onde pude constatar que é possível estarmos mais próximos à nossa essência, e que isso pode contribuir para nosso bem estar. 

Estipulei a "terapia do autoconhecimento" - uma terapia integrativa para o despertar da alma, despertar dos passos para a paz, despertar para a compreensão do ser e assim poder despertar até os dons.

Esta metodologia ajuda encontrar novos caminhos, que em conjunto com o Reiki, dançaterapia e arteterapia ampliam a consciência do seu próprio ser para si e para o universo, proporcionando hábitos curadores em sua vida.

E foi assim que, durante esse processo, apresentou-se outra coleção de artesanato, que a nomeei de "Coleção Vientos de Paz"inspirada na Chama Violeta de Saint Germain. A luz da chama violeta é a essência da luz espiritual. Esta chama é utilizada para nos livrar de velhos pensamentos, para transmutar situações negativas que se repetem no trajeto de nossas vidas, é o raio da sabedoria, que nos aproxima da nossa origem divina. As principais qualidades do raio violeta são a Transmutação, o Perdão, a Misericórdia e a Paz.   

Fui inspirada por esta cor pois em cada meditação que praticava minhas visualizações constantemente eram na cor violeta.

Enquanto se apresentou a mim esta nova coleção de artesanato, ocorreram diversos acontecimentos.

O dia estava lindo, uma linda borboleta pousando nas flores e sentia muita paz em meu coração...

Há dias vinha tentando dar vida à minha suculenta, pois ela tinha caído da sacada e ficou muito machucada. Durante essa mesma tarde criei um novo filtro dos sonhos da mesma coleção, e adoro falar sobre os filtros com seu nome em espanhol "atrapa sueños". Nessa mesma noite, a lua cheia começou a nascer, era a lua azul - ocorre quando em um mesmo mês existem duas luas cheias -  e a suculenta não resistiu mais. 

Fiquei muito triste quando senti que a alma da suculenta partia, lembrando que ela tinha sido minha fiel companheira, guerreira, amava uma tormenta de chuva e vento, oh como ela ficava forte e empoderada... e assim de noite tive que deixar ela partir, mas quando olho para a terra do vaso, tinha se formado um triângulo em volta dela, e o mais lindo, tinha deixado um pequenino broto. 

Nesse instante fiquei pensando e processando... e veio a mim o nome, com muita força de dentro de minha alma. Esse nome que se anunciava era "Mystical Arts" e tive uma visualização de um sucesso de acontecimentos.

Imaginei "Mystical Arts" como um site de artes e terapias, e que existia um cantinho para artes, para fotografia, para terapias, histórias e produções. E junto com ele veio uma poema, em espanhol:

"Y nace una nueva suculenta, en la luna azul.

Nace un hermano atrapa sueños, en la luna azul.

Mystical Arts, es como una mariposa, nace en la luna azul.

Nos encontramos en la luna azul, y el presente aquí y ahora.

La representación de una mariposa en la luna azul, vuelve a encontrarse en tres etapas, tres puntos, tres vértices, tres momentos, tres uniones, tres enlaces".

"O poder da lua e suas fases. Somos cíclicos como ela".

Momento de decisões...

E agora?

Começo a refletir... "Considero grato este momento vivido, pois consigo me entender plenamente com esta nova experiência onde as terapias passam a ser parte de minha vida". 

"Consigo me compreender neste processo, todas aquelas lembranças que o eneagrama trouxe para mim de minha infância, me faz todo sentido. Aquelas recordações de ser um ser criança, ter uma voz calma, uma voz de ajuda, um jeito dócil, ouvidos e um abraço". 

Mas então, é este um momento de transição? Terei que deixar de lado o caminho da hotelaria e turismo e seguir em frente com as terapias? Será que vou conseguir empreender esse voo e fazer disso meu trabalho oficial?

Me sinto com dificuldades para tomar essa decisão porque não sei se vou conseguir. E, por outro lado, o trabalho na pousada me faz desconectar do caminho, apesar de que nele encontro o conforto de viver, de pagar minhas contas... "Então, a carreira que estudei foi uma chave que me permitiu indagar em minhas profundezas e assim como em um momento sentia repulsão pelo estudado, hoje a vejo com olhos de gratidão".

"Acho que é um bom momento de me soltar novamente ao universo, e descobrir as ferramentas que vão ajudar nesta transição. Me desprender da casinha, do trabalho e das pessoas que me acolheram neste lindo lugar".

"Vou fazer uma viagem! Isso mesmo! Vou fazer um mochilão e viver uma experiência nova, porque tenho certeza que vai contribuir para ter força e coragem, porque preciso resolver essa questão de minha vida. Quero trabalhar com aquilo que realmente me faça feliz em todos os âmbitos de minha vida e proporcionar prosperidade a ela".

Assim, parti de viagem! Tinha vontade de fazer um mochilão por vários lugares, mas o universo não me deixou. Fui colocada com uma pinça nas Chapadas dos Veadeiros e de lá não saí.

É incrível ver como a sincronicidade acontece mesmo, e lá na Chapada é com ainda mais força. Foi uma experiência de vida cheia de mistérios e fantasias. Cheguei ao lugar das terapias holísticas! Ou seja, estava no meu mundo!

Fiz troca de trabalho por alojamento para sobreviver e caí em um lugar cheio de magias. Fiz amizades de fraternidade pura, de conexões de alma. Aquele lugar tem somente energia linda, pois está cheio de pedras preciosas e o que você pensa lá, o universo te concede. 

Comecei a trabalhar em tudo que tinha direito, me entrelaçando com coisas que já conhecia, como o turismo, artesanato, fotografias, reiki, limpeza, e aberta a qualquer outra forma de trabalho desconhecida por mim. Também realizei trabalhos que me permitiam maior contato com a natureza, um pouco de permacultura, um pouco de comida vegana, rituais de vida. O importante era me abrir, aprender e ter coragem de enfrentar o novo. 

Lá também comecei a estudar. Sentia grande vontade de aprender massagem, por isso estudei yoga massagem ayurvédica e massagem com pedras quentes... e o mais delicioso é que enquanto você aprende, também recebe massagens.

Percorri muitos lugares, morei por dois meses em minha barraquinha, me banhei em muitas cachoeiras. Oh, água maravilhosa! Oh, natureza exuberante! Oh, magia!

E era tão louco pensar que a Chapada não me deixava partir, sempre ia me envolvendo com algo. E foi assim como acabei ficando por 8 meses lá, até que um dia decidi voltar para Bombinhas.

Agora devia enfrentar a transição. Desta vez optei por um novo trabalho, algo mais tranquilo, com menos horas de jornada – aliás, sou muito grata às pessoas que me ajudaram neste retorno a Bombinhas, especialmente às donas da loja onde trabalhei, que me permitiram fazer meus atendimentos, assim como às minhas colegas de trabalho.

Logo de ter transitado duas temporadas, me sentia muito gratificada por ter tido a chance de, aos poucos, ter feito esta passagem pelas terapias. Mesmo tendo este sentimento bom em meu coração, havia algo que não estava me completando plenamente. Estava um pouco confusa, com uma sensação da vida estar sem sentido. Comecei a ter lembranças do Chile. Há muito tempo que não via minha família, minhas amizades de lá, o Chile em si, suas comidas, lugares e tradições. Tinham se passado 8 anos desde a última vez que estive lá.

Era chegada a hora de viajar ao Chile!

"As mensagens da alma surgem e elas nascem para serem ouvidas".

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Uma viagem e um tropeço que me fez entender o sentido de minha vida...

Renascimento: "Mystical Arts surgindo para o mundo".

 

E foi assim como surgiram minhas reais vontades de criar este site que, um certo tempo atrás, tinha se manifestado em minha mais plena conexão com o todo. Um momento de visualização de um futuro próximo, tendo a certeza que Mystical Arts existia...

Passei um período de quase três meses no Chile. Visitei meus seres queridos, pude abraçar minha avó e passar vários dias em vossas companhias - ela era o principal motivo que me fez viajar até lá. Também compartilhei lindos momentos com minhas amizades. Comi tudo o que tinha direito, matando as saudades dessas comidinhas tão deliciosas. Visitei lugares e contemplei essa outra paisagem tão maravilhosa...

Um dia decido continuar viagem e fazer um mochilão até o Peru, e partiria no dia seguinte, mas nesse mesmo dia, com meus amigos tivemos a brilhante ideia de fazer uma trilha pelas montanhas de Santiago. Já era de tarde, e existia a possibilidade de ter que voltar ao anoitecer. Na volta do trajeto, quando já estava escuro, uma pedra se opôs no meu caminho. Piso nela sem perceber, meu pé escorrega e craft! - quebrou meu pé. Nesse momento um filme passou por minha cabeça e as lágrimas que escorreram representaram o fim de um sonho que estava por acontecer.

Passei dias me recuperando no Chile, tentando manter a temperança. E assim que a dor aliviou um pouco, decido voltar ao Brasil, para a casa de meus pais, e continuar lá a minha recuperação. Voltei com gesso, tinha que fazer pleno repouso, corria risco de cirurgia e minha família, com todo o amor do mundo, me acolheu.

Nesta situação comecei a viver processos profundos de vida. Muita tristeza se assomou, aliás ela me invadiu e a deixei entrar em sua plenitude. Chorei por muitos dias, não sabia quanto tempo iria durar todo esse mar de lágrimas que saía do meu interior, mas deixei sair. Fazia muitos questionamentos da vida - Por quê? Pra quê? E não sentia a verdade se anunciar. 

Parece que a vida tinha dado um giro, mas um giro gigante. Continuava a querer ter a vida de antes, ou mais ou menos parecida. Apesar de estar com gesso, ainda procurava casas para alugar na internet. Em outro sentido não conseguia me entender nesse espaço e momento.

E assim, pouco a pouco, fui vivendo a aceitação. Uma espécie de pequenos raios de luz começando a entrar em mim e mostrando o caminho a seguir.

"Se a vida me fez frear tão de repente é porque tenho que pausar".

"Se a pausa se apresentou me impedindo caminhar, ainda posso me dedicar a criar... não preciso andar". Nada me impede de escrever! Nada me impede de tornar o site real!

E foi assim como meu coração se encontrou novamente com brilhos e sorrisos. Brotou dentro de mim um trabalho com carinho. E a vida ficou instantaneamente mais fácil. Tanto foi assim que, de um momento a outro, a minha recuperação ficou muito mais rápida. Renasci!  

Compreendi que toda essa "falta de sentido" se manifestava por bloquear a energia que se assomava para a construção do site. A força do que tudo cria, vai além. Me fez parar, me fez refletir, me fez reconectar, e ela fluiu em mim, entregando imagens concretas de como construir, bases sólidas na frequência do amor. E assim que voltei a caminhar, participei de quantos cursos se apresentavam à minha frente e a cada dia mais fui preenchendo o espaço de Mystical Arts.

Às vezes acreditamos estar no caminho certo...

Mas o universo criador tem algo muito melhor do que pensamos. Somos constantemente chamados a vivenciar experiências dolorosas... e é nelas que devemos prestar atenção. É naquele momento de escuridão que somos capazes de enxergar onde realmente queremos estar. Se ali não estou bem... então onde e como posso estar?

Este site nasce para ser um canal de comunicação e de compartilhamento. Um espaço que ajudará às pessoas que estão em busca de sua verdade.

Feito com todo o amor de minha alma.

"Agradeço ao universo por ter me colocado neste caminho".

"Agradeço à minha família por sempre alimentar minha alma com coragem e amor".

"Agradeço às minhas amizades que contribuíram com seus grãozinhos de bondade e conhecimentos".

"Agradeço a Deus".

Com amor,

Yéssica Saavedra Seguel. 

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"E agora nasce uma nova história e dessa vez com vocês"

Gratidão!

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